segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Artista: Tides of Man




















Por Cláudio:Tides of Man, vindos de Tampa, Florida, esse ano adquiriram contrato com a Rise, gravadora atualmente infame por assinar bandas de metalcore e post-hardcore genérico, mas essa é uma banda que vai muito longe desse padrão.
Empire Theory, o primeiro lançamento, é um álbum que prima por sua atmosfera e expressividade, a primeira faixa já mostra claramente tudo que me atrai nessa banda, com uma melodia envolvente, inspirada em bandas diversas, Radiohead e Circa Survive vem em mente, a base e foco da canção é o vocal de Tillian, que eu compararia extremamente positivamente com Jonny Craig e Anthony Green, inclusive seu scream no refrão é o mais perto que já vi alguém chegar dos usados em Translating the Name, a bateria em off-beat e as guitarras também brilham, toda a banda demonstra harmonia.
Algumas musicas esquecíveis vem depois, mas a partir da segunda metade do álbum a banda volta a mostrar genialidade, com musicas de estrutura experimental e letras fortes, “Colors Speak True”, a única faixa instrumental, merece elogios por manter a atmosfera e a emoção geral do álbum, mesmo sem voz.
Discutível, mas o momento definitivo do álbum em minha opinião vem com “Not My Love”, e tanto a faixa que a precede como a que a sucede, nesta parte a banda mostra a que veio, são musicas rápidas, intensas, e poderosíssimas, aqui se mostra a influencia de Dance Gavin Dance, Coheed and Cambria, e outras bandas de post-hardcore com elementos do rock progressivo.
Em resumo, o álbum torna-se melhor cada vez que eu ouço, é exatamente de mais bandas como Tides of Man que a cena musical precisa, experimentação sem medo, virtuosismo sem chatice, espero ansioso para o que mais eles tem para mostrar. Minhas favoritas “Knowing That You've Already Arrived”, "I Saw Mercy Conquer Hate", “Not My Love” e “Western Scene”.

Empire Theory
Nota: 8,5



Prós: Atmosfera forte, composições intensas, original.
Cons: Algumas musicas parecem “tentar demais”, começando a tornar-se arrastastado em alguns trechos.

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Artista: SADS

Por Wes: Definir os estilos de bandas japonesas em sua maioria é difícil, o rock oriental tem uma diversidade que faz grupos e artistas serem inclassificáveis, por sua versatilidade.
No entanto, a última banda do lendário Kiyoharu (ex-Kuroyume, hoje em carreira solo) foi uma rara exceção que não deve ser subestimada pelas fronteiras de língua, principalmente se tratando da cena Visual Kei, suas raízes são ortodoxas e influencias claras.
Quando uma das bandas mais influentes do Visual Kei (se não ‘a’), Kuroyume, acabou em Janeiro de 1999, o vocalista Kiyoharu decidiu não parar e em Março, SADS estava formado.
Rock de garagem, post-punk, reggae, glam-rock; A gama de influências da banda é imensa, no entanto, SADS pode ser definido como a denominação geral (e real) de “Pop Punk”, músicas barulhentas e rápidas, mas que grudam no ouvido como músicas pop.
Os fãs dos projetos de Kiyoharu (principalmente o Kuroyume) vão estranhar o primeiro album dos SADS, SAD BLOOD ROCK N’ ROLL, porque em suma, é o remanescente da veia Punk que o Kuroyume tomou nos albuns DRUG TREATMENT e CORKSCREW, mas de uma forma mais polida.
As grandes mudanças acontecem no segundo album, Babylon, mas culminam no penúltimo (e melhor) album, THE ROSE GOD GAVE ME, se você estiver procurando por músicas rápidas no melhor estilo “in your face”, com pitadas de glam-rock que não consegue achar em bandas ocidentais, então SADS é uma banda obrigatória para conhecer, pois como a maioria das bandas japonesas de qualidade, são uma nova experiência que expande horizontes.

SAD BLOOD ROCK N’ ROLL > Nota: 6,0
 

Babylon > Nota: 5,5
 

THE ROSE GOD GAVE ME > Nota: 8,0
 

[13] > Nota: 6,0


Recomendação: THE ROSE GOD GAVE ME, de 2001
rose

Prós: Pesado sem ser uma coisa inaudível, e pop sem ser enjoativo, faz a mistura perfeita que pode definir muito bem o que é “pop punk”.
Contras: Não espere coisas totalmente originais, mesmo que o som seja de boa qualidade.

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Album: Cine ~ Flashback

Antes de começar, tenho que deixar dez considerações sinceras para quem não gostar do que está escrito abaixo:

1) Sim, eu morro de inveja do DH.
2) É, ele é lindo.
3) Sim, eu sou um nerd feio, gordo e não pego ninguém.
4) As fangirls/os fãs bitolados estão sempre certos, Cine é ótimo, e o céu é cor-de-rosa.
5) Sim, sou virgem.
6) Eu sou mal, eu gosto de bandas ruins e não respeito a nova geração do rock brasileiro.
7) Na verdade, cago e ando sobre isso.
8) Eu ouço Immortal e Brokencyde, logo, sou hipócrita.
9) Eu ouço Planet Hemp também, gente, eu fumo maconha, e como já disse, meu gosto é péssimo.
10) O DH é REALMENTE lindo.

Por Wes: Vamos ser honestos, o rock brasileiro tem grandes nomes que dão de mil a zero em muita banda internacional, grandes exemplos são Titãs, Os Paralamas do Sucesso, Barão Vermelho, Camisa de Vênus, Nação Zumbi, Kid Abelha, Ira!, Replicantes, Raimundos e a lista continua, posso citar mil nomes aqui que realmente carregam o estandarte do rock brasileiro e podem deixar as pessoas que pensam que o rock internacional é superior totalmente caladas.
Mas o que temos hoje? Vamos pensar um pouco sobre as bandas que estouraram no mainstream brasileiro nos últimos anos.
Los Hermanos, CPM22, O Surto, Tihuana, Cachorro Grande, Bidê ou Balde, Detonautas Roque Clube, Charlie Brown Junior, e a lista também continua.
Nos últimos meses, temos bandas com acessórios novos dos brechós e roupas que tem todo o espectro de cores por centímetro quadrado.
A cara do rock brasileiro é travessa e feliz, péssimo? Não, de forma alguma, é uma coisa diferente.
O problema está em ouvir essas coisas.
Hoje, temos Cine.
Eu realmente gostaria de ser honesto e dizer pontos positivos dessa banda, como faço com qualquer outra por pior que seja, mas focando no Cine: É péssimo, no sentido mais puro da palavra no dicionário.
Flashback, o album do Cine alavancou uma nova revelação (e porque não, outras revelações) desse novo power pop misturado com estupro sonoro.
Vindos com a intenção de fazer as pessoas ‘dançarem e não se cansarem’ e te dar inspiração para se declarar para aquela ‘garota radical’, e sem a intenção de fazer
uma música realmente audível, influências de bandas de qualidade mais que duvidosa, letras fracas e instrumental medíocre fazem o album ‘Flashback’ ser uma viagem ruim de speedball, e dentro dessa viagem colorida pela terra mágica da fantasia e do amor, você olha pro lado e vê sua querida mãe sendo estuprada por um cavalo (duas vezes) e basicamente fazem te pensar que o Cine fez pelo rock brasileiro exatamente a mesma coisa que Soulja Boy fez pelo rap americano:
O destruiu em pedacinhos e pisou em cima.
Não aconselho a compra, o download (e recuse se eles te pagarem pra ouvir) de ‘Flashback’, aliás, ouça o album, eu não quero ficar com fama de exagerado por aí, mas ouça rápido, pois Cine será esquecido em menos de 6 meses, isso se eles tiverem sorte.

Cine ~ Flashback > Nota: 1,5

Prós: Pode ser interessante de ouvir, se você perder o mínimo de senso crítico e fingir que isso não é sério, e que a piada ainda tem graça.

Contras: Infelizmente, eu ainda não acho graça.

sábado, 5 de setembro de 2009

Artista: Saosin


Por Cláudio: Saosin é uma banda de post-hardcore da Califórnia, EUA. Sofreram uma mudança radical 6 anos atrás, e infelizmente, na minha opinião, ainda não se encontraram desde então.
Translating the Name, o primeiro lançamento da banda, é o auge do movimento post-hardcore, ainda estou pra encontrar um album tão impressionante e com tanto valor de replay, é simples sem ser minimalista, ao mesmo tempo que virtuoso sem ser chato, todas as musicas aqui se destacam, com um instrumental intrinsicamente construido, todos os momentos se encaixam, os vocais, por parte de Anthony Green, são minimalistas comparados a tudo que ele fez depois, mas não deixam de impressionar, seus gritos, embora curtos e poucos, dão uma dinamica bem interessante ao EP, é um dos raros casos em que os integrantes não tiveram medo de experimentar, nada foi feito errado, e um album perfeito nasceu.
Então Anthony Green saiu, e tudo mudou. Alguém ao ouvir o Translating the Name pode achar que Anthony era substituivel, afinal, ele era apenas parte do conjunto, mas ele era o lider criativo da banda, em suma, as coisas estavam pra mudar. Em 2004 entra Cove Reber, novato até então desconhecido.
O album seguinte, ignorando os EPs que foram por inteiro regravados nos albuns, o homonimo Saosin, é um ótimo album no geral, não há nada de errado com o instrumental, o vocal, fora alguns falsettos repentinos e ignoraveis, também, faz o trabalho necessario, mas ainda assim, há algo errado. É um album generico, sendo possivel mencionar no minimo 20 bandas similares, diferente do primeiro lançamento que é revolucionario. Mas, vou julga-lo em seus próprios méritos, é um bom album, com alguns momentos ótimos, o instrumental destaca bastante as guitarras, Cove faz um bom trabalho na maioria das faixas, mas há momentos simplesmente insuportaveis, como o refrão da promissora "You're not Alone", que simplesmente estraga a música, o album por inteiro é interessante por pura intensidade, mas sem muito por trás. As que se sobressaem são "Sleepers", "Come Close", e "Bury Your Head", ótimas cançoes que me dão esperança em um futuro para o atual Saosin.
Esse ano veio In Search of Solid Ground, a motivação para esse artigo, talvez o Saosin se encontrasse de novo, afinal. Mas isso não acontece, depois de muito ouvi-lo cheguei a conclusão que é tão generico quanto seu antecessor, claro, tão bom quanto, mas estamos falando de 3 anos e nenhuma evolução. Não há nada que possa ser dito desse album mas não do anterior, o que é decepcionante, sinceramente não tenho o que dizer, estaria apenas repetindo a seção anterior, é um bom album, mas é reciclagem de ideias, que por sua vez já não eram exatamente unicas. Destaques para "I Keep My Secrets Safe", "The Worst of Me", e "Changing".

Por fim, Saosin é uma ótima banda, foram importantissimos para a "cena", contribuindo um trabalho único e inesquecivel, mas desde então cairam no formulismo.

Translating the Name > Nota 10.0




Saosin > Nota 7.5




In Search of Solid Ground > Nota 7.0




Recomendação: Translating the Name, de 2003
Prós: Já foram o melhor que o post hardcore pode oferecer, mas hoje em dia...
Contras: Genérico.

sábado, 22 de agosto de 2009

The Beatles ~ Sgt. Peppers Lonely Hearts Club Band


Sgt. Peppers foi provavelmente o primeiro grande álbum a utilizar-se de metalinguagem pra seja contar uma história ou pra criar a reflexão da banda com o seu próprio trabalho. O primeiro grande trabalho absolutamente autoral dos Beatles surgiu da visionária idéia de uma ópera-rock, onde Paul McCartney pretendia interligar todas as canções em um mesmo 'tom', numa mesma atmosfera. O resultado surgiu em 1967, onde os fãs receberam com estranhamento e muita admiração um trabalho que estava à frente do seu tempo.

O disco parte da faixa que dá nome ao álbum, onde os Beatles se transformam da própria Sgt. Peppers band, emulam uma apresentação live e um tanto amadora, mas como as letras sugerem, sincera. Segue Lucy in the Sky with Diamonds, letra altamente apologética ao uso do LSD (como as inicias "sugerem"), a acappella Getting better (letra que, todos familiarizados com a história pessoal dos Beatles e do Lennon, sabem tratar-se de um importante documento sobre a vida do vocalista), Fixing a hole (uma das mais fracas do álbum), a romântica She's leaving home e Being for the benefit of Mr. Kite!, uma canção obscura e impressionantemente instrumental. No lado B, Within you without you, composta por Harisson, também muito bem vista pelo público, a serenata When i'm sifth for, que recebeu na época um enorme destaque internacional - no Brasil, foi uma das mais bem recebidas faixas do álbum-, Lovely rita, Good morning good morning, a reprise da faixa de abertura e finalmente A day in the life, faixa proibida por ser considerada subversiva nos Estados Unidos.

O fato inquestionável de que o álbum transcedeu as expectativas da época e inovou em gênero, não torna o álbum irrefutável, naqueles e nos nossos dias. Algumas canções são fracas, outras ficam apenas à sombra das demais músicas do álbum e até dos Beatles. Mas definitivamente, Sgt. Peppers é impressionante e tem reputação e moral suficientes para ser recomendado a TODAS AS PESSOAS, para pelo menos uma audição. É uma experiência ligeiramente sinestésica, subversiva, original, onde quem ouve passeia por uma espécia de estudo de gêneros já consagrados da música MUNDIAL, já que mesmo que algumas faixas possam ser facilmente rotuladas - como eu fiz - é inegável que inovam e criam.

Composto, com exceção de Within you without you por Lennon e McCartney, as composições vão desde a já citada metalinguagem da 'banda dentro de uma banda' (que concede ao disco um efeito cíclico interessante), até de romance adolescente, sempre com a sinceridade e pureza dos Beatles (em uma época onde as gerações se rebelavam contra suas precursoras, Lennon criou uma música que promete amor até aos 64 anos de idade!).

Prós: Sgt. Peppers lonely hearts club band, With a little help from my friends, Lucy in the sky with diamonds, Getting better, Being for the benefit of Mr. Kite!, When i'm sixth four, Lovely rita, Good morning good morning, Sgt. peppers lonely hearts club band (reprise), A day in the life

Contras: Fixing a hole, She's leaving home e Within you without you.

The Beatles ~ Sgt. Peppers Lonely Hearts Club Band lançado em 1 de junho de 1967 pela Perlophone, com produção de George Martin. Duraçao de 39:43 minutos.
notNota 9,5


quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Artista: Architects


Por Cláudio: Architects é uma banda de Metalcore Progressivo, ou Mathcore, de Brighton, Inglaterra. Muitas vezes são relacionados ao Bring Me The Horizon por fazerem parte do Drop Dead Team e pela amizade entre os membros, alguns dizem que eles roubaram o som do BMTH, eu discordo completamente, Architects é uma banda unica, e o Suicide Season (segundo album do BMTH, que, diga-se de passagem, é superior a seu predecessor) sim, é que se inspirou no Architects.

O primeiro lançamento da banda, Nightmares de 2006, é um EP muito sólido de 8 faixas, não é nada memoravel, mas sem duvidas é único e ótimo para um primeiro lançamento, mas sofre com a falta de produção de qualidade, algumas musicas soam confusas, o que se contradiz com os melhores momentos, precisamente calculados. Minhas favoritas são "To The Death", "You Don't Walk Away From Dismemberment", e "They'll Be Hanging Us Tonight".

Um ano depois veio Ruin, uma evolução consideravel do album anterior, aqui a banda encontrou sua identidade, com composiçoes trabalhadissimas com peso destruidor unidas ao vocal unico de Sam Carter, mas infelizmente sofre de repetição, em grande parte do album, especialmente pela metade, é dificil distinguir uma musica da outra, embora sejam todas ótimos trabalhos, acaba por ser chato, e as raras partes mais melodicas soam forçadas e fora do lugar, como em "You'll Find Safety". Não se engane, no entanto, esse é um excelente album e recomendavel a qualquer um que esteja interessado em Metalcore trabalhado e complexo. Destaques para "Buried at Sea", a épica abertura e melhor faixa do album, "Hunt Them Down", "Heartless, e "Low".

E esse ano veio o antecipadissimo Hollow Crown, a obra-prima do Architects em todos os sentidos, o album já abre com "Early Grave", uma faixa pra bater de frente com a já mencionada antiga favorita, "Buried at Sea", e diferente de Ruin, não deixa um segundo pra que você bote seu queixo de volta no lugar. Os vocais de Sam estão menos minimalistas, e as partes com vocais limpos estão muito mais bem trabalhadas, e de forma alguma forçados dessa vez, a transição entre os gritos hardcore e a linda voz natural de Sam é quase inacreditavelmente fluente, as composiçoes ainda mais tecnicas e impressionantes, e as letras (que embora eu ainda não tenha mencionado, sempre foram excelentes) também mostram uma maior profundidade dessa vez.
Por fim, Hollow Crown é maior e melhor em todos os sentidos, a banda provou que só tem a evoluir, e marcou seu lugar na cena do Metalcore Técnico como uma de suas melhores ofertas. Destaques são quase impossiveis de escolher, todas as músicas mostram potencial e são unicas, mas vou mencionar "Early Grave", "Every Last Breath", e a regravação de "To The Death" como exemplos da evolução da banda.

Espero ansioso pelo próximo lançamento da banda para ver o que esse grupo extremamente talentoso ainda pode trazer de novo.


Nightmares > Nota

7.0



Ruin > Nota

8.0




Hollow Crown > Nota

9.0




Recomendação: Hollow Crown de 2009
Prós: Metalcore Técnico em sua melhor forma
Contras: Estranho para quem não está acostumado com o genero

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Album: The Fratellis ~ Costello Music


Primeiro álbum da banda escocesa The Fratellis, "Costello music" surgiu no final de 2006 e causou grande comoção no cenário injustamente reduzido a 'indie rock'. A banda foi formada em meados de 2005, impulsionada por anúncios em uma loja de discos da cidade de Glasgow, onde os três caras se reuniram e tocaram, pela primeira vez, em março daquele ano, num bar de prestígio da cidade. Começou com um EP de três músicas (uma delas, incluída mais tarde no Costello music) que hoje, menos de três anos após o lançamento, já é tido como relíquia entre os fãs colecionadores. O nome da banda surgiu a partir do sobrenome do baixista (Barry Fratelli).

Em relação ao Costello music, apesar de críticos soluçarem por aí que o álbum está fundamentalmente ligado ao movimento indie inglês, com bandas como Arctic monkeys e The libertines, acredite, a pegada é completamente diferente. Não é um pseudogarage disco. É, na verdade, fortemente influenciado pela música folk escocesa, além de forte apoio da bateria/baixo, que regem a orquestra musical do álbum como uma homenagem ao rock retrô, que vai desde os anos 50, passando por Beatles, Stones, Costello até o final dos anos 70. Esse saudoso período de 30 anos do rock 'n roll parece estar em evidência no primeiro álbum dos Fratellis.

As composições são jovens, não adolescentes - como costumam ser as letras do já mencionado movimento indie britânico. Apesar dos membros da banda estarem lá nos seus quase 30 anos de idade, a atmosfera músical das letras é animada, falam de drogas, garotas, festas, pais e amigos, se sustantando, inclusive numa linearidade de idéias e personagens que dão ao álbum uma forte tedência à ópera rock.

É enfim, um dos melhores álbums lançados nesses últimos anos em qualquer movimento musical, que superestimou The fratellis a um ponto que os mesmos não puderam suportar, já que o segundo álbum não agradou a praticamente nenhum fã como o Costello music fez.

Prós: Canções diferentes, que dão ao álbum uma característica eclética bem interessante, mantendo-se, claro, em vertentes que dão no rock 'n roll.

Contras: Pode ser enjoativo e nem todas as músicas são tão boas quanto o álbum como um todo.




The Fratellis ~ Costello Music; lançando em 11 de setembro de 2006 pela Fallout, com produção de Tony Hoffer. Duração de 44:16 minutos.
notNota 8,0

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Album: Placebo ~ Battle for the Sun


(imagem tirada do site http://placebo-gallery.net/)

Por Wes: O Placebo sempre mudou durante os 15 anos da banda, começando como uma banda pesada e indo por direções até chegar no album considerado o mais leve da banda, “Meds”, que recebeu criticas mistas justamente por não conter mais o peso que a banda usava.
Battle for the Sun, que foi lançado em Junho mostra um Placebo revigorado pela entrada de Steve Forrest (substituindo o antigo baterista, Steve Hewitt), com um pé nas suas origens, mas ao mesmo tempo que vemos um novo Placebo, Brian Molko parece mais maduro em suas letras (que não falam mais sobre sexualidade, androgenia ou drogas), enfim, é uma banda reinventada para agradar novos publicos.
Falando do album, Battle of the Sun é o melhor album deles desde “Without You I’m Nothing”, de 1998, não falando que os outros albuns são ruins (eu pessoalmente acho o Meds incrivel), mas todos os “pós-Without You I’m Nothing” não conseguiram achar o equilibrio no que a banda gostaria de passar, Battle for the Sun corrige isso muito bem, músicas pesadas como o primeiro single “For What It’s Worth”, “Kitty Litter”, “Breathe Underwater” e “The Never-Ending Why” e mais lentas e melódicas como “Kings of Medicine” e “The Movie of Your Eyelids”, mas não sem o peso que destacou o Placebo entre outras bandas européias.
Enfim, “Battle for the Sun” foi um dos melhores trabalhos do Placebo na sua trajetória e (para alguns) um ótimo pedido de desculpas depois de Meds para quem aceitar, é um ótimo album que mostra o Placebo pra novos fãs.

Placebo ~ Battle for the Sun > Nota: 8,0

http://musosguide.com/public_html/musos.wp/wp-content/uploads/2009/06/Placebo_Battle_For_The_SUn.jpg

Prós: Com esse album, o Placebo parece uma banda totalmente nova e isso é excitante, para uma banda que tem 15 anos de história.
Contras: Músicas que não são tão profundas quanto as dos albuns antigos e isso é importante, se tratando do Placebo.

terça-feira, 21 de julho de 2009

Album: Good Old War ~ Only Way to Be Alone


Formada por membros da também excelente e igualmente underrated Days Away, Good Old War é uma banda diferente do que resenhamos normalmente no blog, principalmente por sua aproximação exclusivamente acústica a música, mas é meu ideal fazer desse um lugar para todos os tipos de música, então vamos começar.
O debut da banda, Only Way to Be Alone, é um dos albuns mais livres de pretensão que já ouvi, ideal para apenas deixar rolando em uma tarde de tédio, de tristeza, ou em qualquer outro momento.
O som é bem trabalhado e muito diferente de tudo que se tornou comum na cena atual, lembra mais sons de décadas passadas, vindo de um feel folk mantido por todo o álbum; o vocal também é consistentemente excelente, com inclusive uma participação do meu vocalista favorito, Anthony Green (ex-Saosin e The Sound of Animals Fighting, atual Circa Survive e solo).
É um álbum excelente, quase sem partes ruins, todas as músicas tem um carisma que te faz amá-las, cada uma de sua forma, sempre mantendo a simplicidade com um talento musical único, um exemplo excelente de que virtuosismo sem sentido sempre vai perder para simplicidade bem trabalhada; porém, não é sem falhas, a banda as vezes cai vítima de sua simplicidade e se torna monótona, mas isso é evitado com louvor pela maior parte do álbum.
As músicas que mais se sobressaem são “Coney Island”, “Looking for Shelter”, “Weak Man” e “Window”. Por fim, é um álbum recomendadíssimo se você não precisa de screams, blast beats, ou qualquer outra forma de adicionar “peso” para apreciar apenas boa música.


Nota: 8,5





Good Old War - Only Way to Be Alone

Prós: Música simples, tranquila, e repleta de carisma.
Contras: Por vezes monótono, e até apenas chato.

domingo, 19 de julho de 2009

Album: The Word Alive ~ Empire

Por Wes: Após meses de especulação, pequenos shows, a substituição de um vocalista e muito tempo de espera (muito mesmo), o primeiro EP do The Word Alive saiu e, bem, eu vou ser sincero, me sinto decepcionado. Eu realmente gostaria de chegar aqui e falar que TWA é a próxima banda que vai levar o estandarte do post-hardcore pra frente mas simplesmente não dá.
Uma confissão: Sempre quis que essa banda fosse gigante desde o começo, quando o vocal era Craig Mabbitt (ex-blessthefall, hoje no Escape the Fate), 3 músicas que eram absolutamente de tirar o fôlego e um potencial gigante para os antigos membros do Calling of Syrens. E então Craig sai da banda, os deixando sem vocal por pouco tempo, lançando por ele mesmo na internet duas músicas que iriam ser lançadas num futuro EP com a formação original, também incríveis.
Tyler “Telle” Smith (ex-In Fear and Faith, ex-Greeley States) entra e eles começam a gravar, lançando a música “How to Build an Empire”, uma música que é boa mas você sentia que o ‘poder’ do antigo TWA já não estava lá.
Ok, provavelmente vocês falarão que eu deixei implicito que as músicas com Craig são melhores do que a da era Telle, mas eu não preciso disso, já está mais do que óbvio.
Empire é triste, das seis faixas, apenas uma é decente e o resto é pura gritaria e virtuosidade sem sentido, duas músicas da era Craig foram regravadas (Casanova Rodeo e Inviting Eyes, uma versão de “Can’t Let Up”) é um convite ao pensamento de que uma banda que podia ser gigante está sendo estuprada… Por eles mesmos!
As 4 músicas inéditas são tão normais e chatas que o EP passa totalmente despercebido. Eu juro que dei todas as chances do mundo para o The Word Alive, mas eu (e acredito que muita gente) tenha se sentido mal após botar tanta pilha pra essa banda que tinha promessas para serem incrivelmente bons. Só que não reclamarei tanto pois são uma banda jovem e toda banda muda, só que por enquanto, a moral deles está baixa.

The Word Alive ~ Empire > Nota: 4,0


http://www.waytooloud.com/wp-content/themes/waytooloud/images/people/WordAlive_Empire.jpg


Prós: Apesar de tudo, o instrumental é impecável, pena que isso não é o suficiente pra salvar o EP.
Contras: Tudo dito acima.

domingo, 14 de junho de 2009

Artista: Enter Shikari



Escrever sobre sua banda favorita é tão difícil, mas com o excelente Common Dreads lançado, não há hora melhor para fazê-lo. Enter Shikari é uma banda inglesa que mistura post-hardcore com trance europeu, mas diferente da maioria das bandas que utiliza elementos eletrônicos, não é como se apenas estivessem colando duas coisas completamente diferentes e chamando de multi-funcional, é de fato um estilo único que nasceu, aliás, mistura não é a palavra certa, é uma incorporação dos dois, podem não ter sido os primeiros a ir nessa direção (até mesmo Chiodos e Underoath usam sintetizadores, e Fear Before the March of Flames também surgiu antes), mas foram extremamente originais em sua aproximação, assim conquistando milhares de fãs através da internet, a maior causa do seu sucesso, que os fez lotar o London Astoria. Não vou comentar dos inúmeros demos lançados antes do Take to the skies e me focarei em álbuns ainda em prensa nessa resenha. Take to the skies foi o primeiro álbum com produção profissional da banda, e desde a primeira vez que escutei me conquistou, o peso constante em contraste com a parte eletrônica extremamente dançante é o elemento que o álbum inteiro oferece como constante, assim como o vocal de Rou, que é extremamente versátil e habilidoso, conseguindo vocais melódicos, gritos, e guturais com a mesma proficiência. O álbum tem também muitos interludes que são interessantes, mas dispensáveis. Em conclusão, é um excelente álbum e uma experiência única, atenção especial para “Mothership”, “Sorry, You’re Not A Winner”, e “Johnny Sniper”. Já The Zone é uma coleção de B-sides, remixes, e demos do Take to the skies, pelo próprio propósito do álbum já dá para prever que não é tão bom quanto Take to the skies, mas tem a excelente “The Feast”, que sem duvida merecia estar no álbum, não há muito mais o que se falar. Depois veio o single We Can Breathe In Space, regravação de uma demo antiga muito popular entre os fãs, é uma excelente música, e tem um clipe interessante, destaque para o refrão pegajoso e a excelente Outro. E agora veio o estupendo Common Dreads, único sem perder o que fez a banda tão boa pra começar, e uma maturidade inesperada, mostrada principalmente pelas letras politicamente engajadas de mensagem positiva, e estilo mais variado do que os trabalhos anteriores. Difícil escolher poucas para destacar, mas vou com “Solidarity”, “Juggernauts”, “Zzzonked”, e “Hectic”, sinceramente, único ponto negativo do álbum é ser curto demais.

Nota:

Take to the Skies 9/10




The Zone 8/10




We Can Breathe In Space (They Just Don't Want Us to Escape) 8.5/10




Common Dreads 9.5/10




Recomendação: Common Dreads de 2009
Prós: único, viciante e divertido
Contras: interludes demais