quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Album: Cinematic Sunrise ~ A Coloring Storybook and Long-Playing Record


Acredito não ser só impressão minha que tudo em que Craig Owens, o líder do Chiodos, encosta se torna uma obra prima, com três bandas e inúmeras participações por trás de seu nome, ele é sem duvida um dos cantores mais talentosos da geração atual.
E é dele e de Bradley Bell, também do Chiodos, o Cinematic Sunrise, uma banda de pop punk que, como descrita pelos próprios membros, tem como objetivo ser apenas feliz e divertida, um objetivo indubitavelmente atingido. A idéia do primeiro lançamento da banda é óbvia pelo próprio titulo, o encarte é um livro de colorir, porque segundo Craig "Não há nada mais divertido que colorir".
Já quanto à música, todo o conceito fofo da banda não se perde em momento algum, e isso não é ruim de forma alguma, enquanto as letras, diferente das alusões shakesperianas do Chiodos, são fofas e agradáveis, ao mesmo tempo que bem escritas e emotivas. O EP é excelente, do tipo que você se pega ouvindo milhares de vezes seguidas ou cantarolando durante o dia, sem sequer uma canção ruim em minha opinião. Destaque para "Umbrellas and Elephants" e "The Wordless", recomendável para qualquer um que esteja disposto a deixar entrar a felicidade que esse quinteto se dispõe a trazer. Definitivamente um dos melhores lançamentos desse ano, que foi generosíssimo com a cena musical.


Cinematic Sunrise ~ A Coloring Storybook and Long-Playing Record > nota: 9,5



Prós: Cativante, bem trabalhado, e divertido
Cons: Temática talvez infantil demais para alguns

terça-feira, 18 de novembro de 2008

Album: Dir en grey ~ UROBOROS


A banda japonesa que já passou por mil e uma metamorfoses volta com mais um álbum seguindo a linha mais agressiva que vem desenvolvendo desde 2003, o propósito de "UROBOROS" era, de acordo com a banda, o encontro do passado, presente, e futuro do Dir en grey.
Na pratica essa afirmativa prova-se praticamente invalida, pois o som não é nenhuma mudança brusca do som que Dir en grey vem fazendo nos seus anos mais recentes, é um álbum com muita experimentação, extremamente influenciado por metal, mas menos barulhento que seu antecessor, no entanto repetitivo e talvez exagerado por vezes.
UROBOROS começa como um convite a loucura, o single “VINUSHKA” surpreende, embora longa e um pouco repetitiva, essa musica não se torna cansativa, pois do inicio ao fim é uma canção que prende, uma pena que as seguintes não consigam o mesmo efeito, a maioria chega a ser ignorável, soam como se fossem escritas sem inspiração, “GLASS SKIN” que na sua versão japonesa era deveras interessante perde muito do seu apelo no inglês porco de Kyo, o mesmo acontece com "DOZING GREEN".
Mesmo com esses defeitos, algumas canções do álbum merecem forte destaque, como a linda "Wari Yame Tote…", a agressiva e insana "STUCK MAN", e a já mencionada "VINUSHKA", que junto com os extras (incluindo as excelentes versões japonesas de "DOZING GREEN" e "GLASS SKIN", e também versões acústicas de outras do álbum) fazem esse álbum valer a pena pelo menos uma conferida para fãs de metal alternativo ou de musica japonesa.
Finalizando, UROBOROS é em minha opinião, um álbum mediano que poderia ser excelente com mais trabalho e dedicação.

Dir en grey ~ UROBOROS > nota: 7,0




Prós: Experimentalismo corajoso, atmosfera sombria poderosa
Contras: Repetitivo











Segunda opinião por Wes: Meses atrás, o Dir en grey numa entrevista disse que o próximo album juntaria o passado, presente e o futuro da banda, por isso o nome “UROBOROS”, o símbolo de alquimia que representa o infinito.
Esquecendo um pouco as músicas do album e analisando a sua proposta, o álbum falha totalmente, o que temos aqui é um Dir en grey sem evolução e sem mudanças, totalmente o contrário do esperado, músicas que poderiam entrar em outros álbuns do Deg sem problema algum, como BUGABOO, STUCK MAN, Toguro e outras.
Um dos únicos pontos positivos no album são os arranjos em algumas músicas como Gaika, Chinmoku Ga Nemuru Koro, VINUSHKA e Ware, Yami Tote....
Enfim, UROBOROS não é um album que vai ser muito lembrado, por ser apenas mediano, músicas em sua maioria feitas sem um certo zelo, ou cuidado por assim dizer, apenas jogadas para fazer o disco.

Nota: 6,0


Prós: Mais leve que os trabalhos do "novo" Dir en grey, o que é muito bom.
Contras: Não haver de fato uma mudança no som em geral.

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Album: Emarosa ~ Relativity




O Emarosa lançou o album Relativity em 2008, liderados dessa vez pelo ex-vocal do Dance Gavin Dance, Jonny Craig, mostrando um novo perfil, uma cara nova a banda e também, um nível de qualidade muito maior.
Ouvir Relativity é agradável do começo ao fim, "The Past Should Stay Dead" já mostra o que o novo Emarosa é, com mais melodias, mais orientado instrumentalmente e com um vocal (muito) mais bem trabalhado, Jonny Craig dá um show a parte em todo o album, ele realmente dá tudo quando canta, como mostrado em "Set it off like napalm", "Heads or Tails? Real or not", "What's A Clock Without The Batteries?" e "Her Advice Cost Us A Life", uma coisa totalmente notável nos vocais de Jonny, é que ele incrivelmente canta tudo isso ao vivo.
O instrumental da banda também é impecável, se você ouvir algumas músicas do album várias vezes, você ouvirá algum arranjo novo, um detalhezinho que faz a música mudar de "aparência" cada vez que você ouve.
Acredito que o único problema nesse trabalho é que as vezes falta uma certa agitação que uma boa parte das bandas de Post-hardcore possuem, sua única faixa ruim (ÚNICA) é "A City Called Coma: Part II", que além de ser lenta e chata, ainda não segue o mesmo ritmo do album inteiro, mas isso não estraga todo o resto do album óbviamente.
Enfim, Relativity é com certeza um dos melhores albuns que já ouvi esse ano, e se você procura algo mais experimental, mas sem muito peso, você tem que baixar esse album, e se você gosta de Dance Gavin Dance, é uma boa hora pra ouvir também, e quem sabe gostar, afinal, tudo é relativo.

EMAROSA ~ Relativity > nota 8,5.




Prós: Ser experimental e diferente, coisa que não se vê em muitas bandas post-hc.
Contras: Não ousar mais ainda.









Segunda opinião por Cláudio: Como um fã de Dance Gavin Dance desde o seu inicio, me senti obrigado a inaugurar essa seção por esse álbum. Relativity é um excelente álbum, Emarosa mudou completamente o seu estilo anterior (que era muito mais agressivo) para um completamente guiado pela linda voz de Jonny, embora os guitarristas até arrisquem, o experimentalismo desse álbum é bem superficial comparado ao de DGD, e a ausência de gritos faz muita falta para aqueles já fãs da antiga banda desse excelente vocalista, não me entenda errado no entanto, o álbum é maravilhoso do inicio ao fim, provavelmente melhor do que qualquer outro trabalho dos integrantes para alguém que prefere um som mais suave e mais preocupado com melodias do que experimentação, eu no entanto, preferia quando a voz de Jonny contrastava com um som agressivo, do que agora, em que as musicas inteiras são compostas para realçá-la.

Nota 8



Prós: Uma mudança de gênero interessante para toda a banda

Contras: Não ousar tudo que poderiam

Artista: Maylene and the Sons of Disaster


Formada por Dallas Taylor, ex-vocalista da já aclamadissima e vencedora do Grammy Underoath, muito diferente do Deathcore pelo qual Dallas sempre foi conhecido, Maylene é uma mistura de Metalcore com South Rock estadunidense, resultando em um som sujo, carregado, e destruidor ao mesmo tempo que extremamente técnico.
A banda tira o nome e suas letras da gangue de Ma Barker e seus filhos, o que poderia trazer letras bem interessantes e até mesmo violentas, infelizmente Dallas deixa sua fé cristã transparecer demais no que era para ser o relato de um fora da lei da era de inimigos públicos (como em Darkest of Kin, no trecho "God make me pay like the devil I am"), sacrificando assim, grande parte desse apelo.
Os dois álbuns lançados até agora, tentativamente chamados I e II, são experiências bem diferentes entre si, I começa barulhento, já mostrando a que veio, o peso das 3 guitarras se mostra sem pudor assim como o vocal poderosíssimo e agressivo de Dallas, fazendo um contraste interessante com partes moderadamente melódicas que embora pareçam forçadas no inicio, se tornam bem interessantes no decorrer das canções, destaque para "Gausty Like The Wind" nesse quesito. No entanto, embora a experiência desse álbum seja indubitavelmente excelente e muito intensa, ouvi-lo uma segunda vez em um intervalo curto prova-se bem irritante, talvez justamente pela agressiva intensidade que o torna tão interessante, destaques incluem "Caution, Dangerous Curves Ahead", "Tough As John Jacobs", e a já mencionada "Gausty Like The Wind".
Já II mostra um discutível crescimento da banda, com Dallas explorando diferentes técnicas vocais, utilizando mais sua voz naturalmente rouca do que os screams e deathgrowls mostrados em seus trabalhos anteriores (sem deixá-los completamente de lado), as guitarras continuam roubando a cena do álbum, ainda mais virtuosas e barulhentas, os vocais limpos e agudos utilizados em "duelos" com Dallas foram deixados de lado, infelizmente, pois em minha opinião é somente nesse quesito que esse trabalho perde para o anterior, destaque para os singles "Darkest of Kin" e "Dry The River", assim como as excepcionais "Memories Of The Grove", e "Don't Ever Cross a Trowell".
Finalizando, Maylene é uma excelente banda tanto para fãs de todo tipo de Metal quanto de Hardcore, uma das poucas que captura o espírito do South Rock com um som agressivo.

Nota:
I: 8/10



II: 8,5/10



Recomendação: II de 2007
Prós: Bem trabalhado, feeling impecável, vocal poderoso
Cons: Enjoativo