sábado, 22 de agosto de 2009

The Beatles ~ Sgt. Peppers Lonely Hearts Club Band


Sgt. Peppers foi provavelmente o primeiro grande álbum a utilizar-se de metalinguagem pra seja contar uma história ou pra criar a reflexão da banda com o seu próprio trabalho. O primeiro grande trabalho absolutamente autoral dos Beatles surgiu da visionária idéia de uma ópera-rock, onde Paul McCartney pretendia interligar todas as canções em um mesmo 'tom', numa mesma atmosfera. O resultado surgiu em 1967, onde os fãs receberam com estranhamento e muita admiração um trabalho que estava à frente do seu tempo.

O disco parte da faixa que dá nome ao álbum, onde os Beatles se transformam da própria Sgt. Peppers band, emulam uma apresentação live e um tanto amadora, mas como as letras sugerem, sincera. Segue Lucy in the Sky with Diamonds, letra altamente apologética ao uso do LSD (como as inicias "sugerem"), a acappella Getting better (letra que, todos familiarizados com a história pessoal dos Beatles e do Lennon, sabem tratar-se de um importante documento sobre a vida do vocalista), Fixing a hole (uma das mais fracas do álbum), a romântica She's leaving home e Being for the benefit of Mr. Kite!, uma canção obscura e impressionantemente instrumental. No lado B, Within you without you, composta por Harisson, também muito bem vista pelo público, a serenata When i'm sifth for, que recebeu na época um enorme destaque internacional - no Brasil, foi uma das mais bem recebidas faixas do álbum-, Lovely rita, Good morning good morning, a reprise da faixa de abertura e finalmente A day in the life, faixa proibida por ser considerada subversiva nos Estados Unidos.

O fato inquestionável de que o álbum transcedeu as expectativas da época e inovou em gênero, não torna o álbum irrefutável, naqueles e nos nossos dias. Algumas canções são fracas, outras ficam apenas à sombra das demais músicas do álbum e até dos Beatles. Mas definitivamente, Sgt. Peppers é impressionante e tem reputação e moral suficientes para ser recomendado a TODAS AS PESSOAS, para pelo menos uma audição. É uma experiência ligeiramente sinestésica, subversiva, original, onde quem ouve passeia por uma espécia de estudo de gêneros já consagrados da música MUNDIAL, já que mesmo que algumas faixas possam ser facilmente rotuladas - como eu fiz - é inegável que inovam e criam.

Composto, com exceção de Within you without you por Lennon e McCartney, as composições vão desde a já citada metalinguagem da 'banda dentro de uma banda' (que concede ao disco um efeito cíclico interessante), até de romance adolescente, sempre com a sinceridade e pureza dos Beatles (em uma época onde as gerações se rebelavam contra suas precursoras, Lennon criou uma música que promete amor até aos 64 anos de idade!).

Prós: Sgt. Peppers lonely hearts club band, With a little help from my friends, Lucy in the sky with diamonds, Getting better, Being for the benefit of Mr. Kite!, When i'm sixth four, Lovely rita, Good morning good morning, Sgt. peppers lonely hearts club band (reprise), A day in the life

Contras: Fixing a hole, She's leaving home e Within you without you.

The Beatles ~ Sgt. Peppers Lonely Hearts Club Band lançado em 1 de junho de 1967 pela Perlophone, com produção de George Martin. Duraçao de 39:43 minutos.
notNota 9,5


quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Artista: Architects


Por Cláudio: Architects é uma banda de Metalcore Progressivo, ou Mathcore, de Brighton, Inglaterra. Muitas vezes são relacionados ao Bring Me The Horizon por fazerem parte do Drop Dead Team e pela amizade entre os membros, alguns dizem que eles roubaram o som do BMTH, eu discordo completamente, Architects é uma banda unica, e o Suicide Season (segundo album do BMTH, que, diga-se de passagem, é superior a seu predecessor) sim, é que se inspirou no Architects.

O primeiro lançamento da banda, Nightmares de 2006, é um EP muito sólido de 8 faixas, não é nada memoravel, mas sem duvidas é único e ótimo para um primeiro lançamento, mas sofre com a falta de produção de qualidade, algumas musicas soam confusas, o que se contradiz com os melhores momentos, precisamente calculados. Minhas favoritas são "To The Death", "You Don't Walk Away From Dismemberment", e "They'll Be Hanging Us Tonight".

Um ano depois veio Ruin, uma evolução consideravel do album anterior, aqui a banda encontrou sua identidade, com composiçoes trabalhadissimas com peso destruidor unidas ao vocal unico de Sam Carter, mas infelizmente sofre de repetição, em grande parte do album, especialmente pela metade, é dificil distinguir uma musica da outra, embora sejam todas ótimos trabalhos, acaba por ser chato, e as raras partes mais melodicas soam forçadas e fora do lugar, como em "You'll Find Safety". Não se engane, no entanto, esse é um excelente album e recomendavel a qualquer um que esteja interessado em Metalcore trabalhado e complexo. Destaques para "Buried at Sea", a épica abertura e melhor faixa do album, "Hunt Them Down", "Heartless, e "Low".

E esse ano veio o antecipadissimo Hollow Crown, a obra-prima do Architects em todos os sentidos, o album já abre com "Early Grave", uma faixa pra bater de frente com a já mencionada antiga favorita, "Buried at Sea", e diferente de Ruin, não deixa um segundo pra que você bote seu queixo de volta no lugar. Os vocais de Sam estão menos minimalistas, e as partes com vocais limpos estão muito mais bem trabalhadas, e de forma alguma forçados dessa vez, a transição entre os gritos hardcore e a linda voz natural de Sam é quase inacreditavelmente fluente, as composiçoes ainda mais tecnicas e impressionantes, e as letras (que embora eu ainda não tenha mencionado, sempre foram excelentes) também mostram uma maior profundidade dessa vez.
Por fim, Hollow Crown é maior e melhor em todos os sentidos, a banda provou que só tem a evoluir, e marcou seu lugar na cena do Metalcore Técnico como uma de suas melhores ofertas. Destaques são quase impossiveis de escolher, todas as músicas mostram potencial e são unicas, mas vou mencionar "Early Grave", "Every Last Breath", e a regravação de "To The Death" como exemplos da evolução da banda.

Espero ansioso pelo próximo lançamento da banda para ver o que esse grupo extremamente talentoso ainda pode trazer de novo.


Nightmares > Nota

7.0



Ruin > Nota

8.0




Hollow Crown > Nota

9.0




Recomendação: Hollow Crown de 2009
Prós: Metalcore Técnico em sua melhor forma
Contras: Estranho para quem não está acostumado com o genero

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Album: The Fratellis ~ Costello Music


Primeiro álbum da banda escocesa The Fratellis, "Costello music" surgiu no final de 2006 e causou grande comoção no cenário injustamente reduzido a 'indie rock'. A banda foi formada em meados de 2005, impulsionada por anúncios em uma loja de discos da cidade de Glasgow, onde os três caras se reuniram e tocaram, pela primeira vez, em março daquele ano, num bar de prestígio da cidade. Começou com um EP de três músicas (uma delas, incluída mais tarde no Costello music) que hoje, menos de três anos após o lançamento, já é tido como relíquia entre os fãs colecionadores. O nome da banda surgiu a partir do sobrenome do baixista (Barry Fratelli).

Em relação ao Costello music, apesar de críticos soluçarem por aí que o álbum está fundamentalmente ligado ao movimento indie inglês, com bandas como Arctic monkeys e The libertines, acredite, a pegada é completamente diferente. Não é um pseudogarage disco. É, na verdade, fortemente influenciado pela música folk escocesa, além de forte apoio da bateria/baixo, que regem a orquestra musical do álbum como uma homenagem ao rock retrô, que vai desde os anos 50, passando por Beatles, Stones, Costello até o final dos anos 70. Esse saudoso período de 30 anos do rock 'n roll parece estar em evidência no primeiro álbum dos Fratellis.

As composições são jovens, não adolescentes - como costumam ser as letras do já mencionado movimento indie britânico. Apesar dos membros da banda estarem lá nos seus quase 30 anos de idade, a atmosfera músical das letras é animada, falam de drogas, garotas, festas, pais e amigos, se sustantando, inclusive numa linearidade de idéias e personagens que dão ao álbum uma forte tedência à ópera rock.

É enfim, um dos melhores álbums lançados nesses últimos anos em qualquer movimento musical, que superestimou The fratellis a um ponto que os mesmos não puderam suportar, já que o segundo álbum não agradou a praticamente nenhum fã como o Costello music fez.

Prós: Canções diferentes, que dão ao álbum uma característica eclética bem interessante, mantendo-se, claro, em vertentes que dão no rock 'n roll.

Contras: Pode ser enjoativo e nem todas as músicas são tão boas quanto o álbum como um todo.




The Fratellis ~ Costello Music; lançando em 11 de setembro de 2006 pela Fallout, com produção de Tony Hoffer. Duração de 44:16 minutos.
notNota 8,0

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Album: Placebo ~ Battle for the Sun


(imagem tirada do site http://placebo-gallery.net/)

Por Wes: O Placebo sempre mudou durante os 15 anos da banda, começando como uma banda pesada e indo por direções até chegar no album considerado o mais leve da banda, “Meds”, que recebeu criticas mistas justamente por não conter mais o peso que a banda usava.
Battle for the Sun, que foi lançado em Junho mostra um Placebo revigorado pela entrada de Steve Forrest (substituindo o antigo baterista, Steve Hewitt), com um pé nas suas origens, mas ao mesmo tempo que vemos um novo Placebo, Brian Molko parece mais maduro em suas letras (que não falam mais sobre sexualidade, androgenia ou drogas), enfim, é uma banda reinventada para agradar novos publicos.
Falando do album, Battle of the Sun é o melhor album deles desde “Without You I’m Nothing”, de 1998, não falando que os outros albuns são ruins (eu pessoalmente acho o Meds incrivel), mas todos os “pós-Without You I’m Nothing” não conseguiram achar o equilibrio no que a banda gostaria de passar, Battle for the Sun corrige isso muito bem, músicas pesadas como o primeiro single “For What It’s Worth”, “Kitty Litter”, “Breathe Underwater” e “The Never-Ending Why” e mais lentas e melódicas como “Kings of Medicine” e “The Movie of Your Eyelids”, mas não sem o peso que destacou o Placebo entre outras bandas européias.
Enfim, “Battle for the Sun” foi um dos melhores trabalhos do Placebo na sua trajetória e (para alguns) um ótimo pedido de desculpas depois de Meds para quem aceitar, é um ótimo album que mostra o Placebo pra novos fãs.

Placebo ~ Battle for the Sun > Nota: 8,0

http://musosguide.com/public_html/musos.wp/wp-content/uploads/2009/06/Placebo_Battle_For_The_SUn.jpg

Prós: Com esse album, o Placebo parece uma banda totalmente nova e isso é excitante, para uma banda que tem 15 anos de história.
Contras: Músicas que não são tão profundas quanto as dos albuns antigos e isso é importante, se tratando do Placebo.